A Barragem de Quixeramobim voltou a atingir sua cota de sangria nesta sexta-feira, 05/04, um ano depois da última cheia. Os quixeramobinenses aguardavam ansiosamente pelo momento.
Mesmo começando a verter timidamente, centenas de pessoas de todas as partes da cidade e da região já se aglomeram no reservatório para admirar o espetáculo das águas. A sangria só foi possível graças ao seu principal afluente, o açude Fogareiro, ter atingido transbordado no começo da semana, no dia 1º de Abril.
O sentimento de pertencimento que o reservatório desperta em todos os quixeramobinenses faz com que a cidade se envolva em um misto de alegria e felicidade, mas não só isso. Sua sangria é oportunidade de renda para ambulantes que aproveitam o movimento no reservatório para vender seus produtos e, claro, quem por lá passa, aproveitar para fazer aquela foto.
A Barragem é um equipamento do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), monitorado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), e integra a Bacia Hidrográfica do Banabuiú. Quando construída, em 1960, a Barragem possuía capacidade para 54 milhões de m³, trazendo segurança hídrica para uma cidade de tamanho e consumo pequeno. Quixeramobim cresceu, a população aumentou e o reservatório, pelo tempo e acúmulo de sedimentos ao longo dos anos sofreu com assoreamento. Em 2008, recebeu uma batimetria (estudo técnico feito para verificar a capacidade de reservatórios) e foi constatada que a capacidade hídrica da Barragem tinha reduzido à 7,89 milhões de m³, o que explica o açude secar tão rápido. Pouca água armazenada e consumo maior.
A sangria da Barragem garante aos quixeramobinenses segurança hídrica por quase dois anos, embora tenha sido instalada nos últimos anos uma adutora do açude Fogareiro à Quixeramobim, que auxilia o reservatório no abastecimento da cidade.