Nesta quarta-feira, 29, a partir das 19h, a Casa de Antônio Conselheiro recebe mais uma edição do Cineclube comandado pela ONG. IPHANAQ, desta vez em uma ação financiada com recursos da Lei Paulo Gustavo, tendo como proponente Pedro Victor, diretor cultural da ONG.
A proposta é uma ação cultural que pretende realizar a exibição gratuita de dois documentários com homenagens aos sanfoneiros Luiz Gonzaga (Seu Nonô) e Geraldo Ferreira, que nos deixaram em abril de 2023. A proposta nasce da necessidade de ampliar no município as atividades audiovisuais.
Exibição em homenagem ao Sanfoneiro Nonô
Será exibido o documentário “Forró”, desenvolvido pelo artista Alexandre Veras, com apoio da FUNARTE, junto a alunos do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo, de Quixeramobim, e da ONG. IPHANAQ. Um dos personagens do filme é o sanfoneiro Luiz Gonzaga, o Nonô. Ele aparece na produção durante seu programa de rádio e faz importantes reflexões sobre o chamado ‘forró autêntico’. O filme tem a autorização dos autores para exibição e possui 11 (onze) minutos de duração.
A ação contará ainda com a reexibição de um recorte de cerca de 40 (quarenta) minutos da participação do sanfoneiro Geraldo Ferreira no projeto Papo Cultural, também da ONG. IPHANAQ. O projeto Papo Cultural é uma conversa com personalidades que contribuem com seu trabalho, seus conhecimentos e seus saberes diversos, para a difusão do patrimônio histórico e desenvolvimento cultural e educacional de Quixeramobim e região. Geraldo foi o 75º convidado do Papo Cultural, com participação ocorrida em 29 de setembro de 2017, antes da revitalização da Casa de Antônio Conselheiro. Este é um conteúdo inédito, disponível nos arquivos do IPHANAQ, como memória da passagem do músico no Papo.
Logo após a exibição será realizado um debate mediado pelo comunicador Elistênio Alves sobre a importância do forró autêntico, além da significativa contribuição dos dois homenageados para a cena musical de Quixeramobim e da região.
Sobre os homenageados
Sanfoneiro Nonô
O sanfoneiro Luiz Gonzaga dos Santos, “O Nonô”, como tornou-se popularmente conhecido, dedicou, por mais de 50 anos, sua vida à arte de tocar sanfona. Sempre fez questão de ressaltar: gosta do forró de raiz, tendo como maior inspiração para seu trabalho o mestre Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, sendo seu fã incondicional. Filho de agricultores, nascido na Fazenda Umari, distrito de São José da Macaoca, município de Madalena, antes Quixeramobim, aprendeu a tocar sanfona aos 15 anos a partir da experiência de seu pai, o Sr. Raimundo Marques dos Santos, tocador de fole de oito baixos. Antes de possuir a sua própria sanfona, o amigo Mário Araújo, que era afinador de sanfona, emprestava seu acordeon para o ainda garoto tocar. Segundo Nonô, no início da profissão, teve que aprender as melodias das músicas somente através do rádio, aguardando a canção ser tocada para tentar aprender a executá-la com perfeição. Quando veio morar em Quixeramobim em 1981, criou uma banda, “Nonô e seus Caçulas”, que durante dez anos fez festas em toda a região do Sertão Central, mas que depois veio a acabar, alegando o homenageado que é difícil trabalhar com muita gente, além de que uma banda poderia descaracterizar o estilo de forró que sempre gostou de fazer. Encontrou-se, em 1984, com Luiz Gonzaga numa festa, ocasião em que tocou junto com o Rei do Baião, na cidade de Baturité. Nonô morreu aos 69 anos, em 16 de abril de 2023, em Quixeramobim.
Sanfoneiro Geraldo Ferreira
Já Geraldo Ferreira possuiu uma longa trajetória no mundo da música. Começou a criar laços com aquela que seria sua maior companheira, a sanfona, aos 13 anos de idade, tocando ‘uma nove baixos’. Aos 15, já estava familiarizado com o instrumento que o renderia a profissão de músico sanfoneiro. Mesmo com a arte na vida, nunca esqueceu do seu sertão da Berilândia, na zona rural de Quixeramobim. Geraldo Ferreira acumulou uma grande carreira no mundo do forró. A vida deu a Ferreira um parceiro que ele considerava como um pai, o também sanfoneiro João Bandeira. Foi João que descobriu o menino que tocava timidamente no sertão quixeramobinense. O sanfoneiro afamado carregou Geraldo pelo mundo dos palcos e ofereceu a experiência necessária para que se tornasse o grande musicista que foi. Certa vez, em entrevista, Geraldo disse que Bandeira teria dito que ele seria seu sucessor. Geraldo também revelou que ele ensinou o filho de João, o João Bandeira Júnior, nos primeiros acordes. Uma trajetória que nunca mais será esquecida. Geraldo morreu em 17 de abril de 2023.
Esta é uma ação financiada com recursos da Lei Complementar Nº 195/2022 – Lei Paulo Gustavo – Por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, Prefeitura Municipal de Quixeramobim, Ministério da Cultura, Governo Federal, tendo como proponente Pedro Victor, diretor cultural da ONG. IPHANAQ. A Casa de Antônio Conselheiro é um espaço da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, gerido pelo Instituto Dragão do Mar.
SERVIÇO
Cineclube em homenagem aos sanfoneiros Nonô e Geraldo Ferreira
Quando: Quarta-feira, 29 de Maio
Horário: A partir de 19h
Onde: Casa de Antônio Conselheiro, Rua Cônego Aureliano Mora, 210 – Centro (Quixeramobim/CE)
Livre para todos os públicos