Um caso emblemático das dificuldades enfrentadas por segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no interior do Ceará foi exposto nesta terça-feira, 10, pelo morador Veldo Coelho, residente da Vila Nova, no Distrito de Uruquê, zona rural de Quixeramobim. Em entrevista à Rádio Campo Maior AM 840, ele relatou a frustração ao tentar agendar uma perícia médica necessária por questões de saúde.
Veldo procurou a agência local do INSS em busca do serviço, mas foi surpreendido com a informação de que não há previsão de atendimento no Estado do Ceará. Segundo ele, a única alternativa oferecida pela agência seria o agendamento em outro estado, como o Rio Grande do Norte ou a Paraíba. Caso optasse por permanecer na fila do Ceará, o tempo estimado de espera ultrapassaria um ano.
Quando questionado sobre a possibilidade de realizar a perícia em municípios maiores, como Quixadá ou Fortaleza, Veldo afirma que a resposta foi categórica: a perícia somente estaria disponível fora do Ceará.
A situação torna-se ainda mais grave para quem, como ele, vive na zona rural e não possui condições financeiras para arcar com os custos de deslocamento para outro estado.
“Espero que as autoridades vejam como podem resolver, porque se não a situação vai ficar cada vez pior. O cidadão adoece, fica na situação que não pode trabalhar. Esperar um ano para uma perícia, como é que ele vai manter a família?”
O relato de Veldo escancara a realidade enfrentada por dezenas de quixeramobinenses, e até mesmo pelos cearenses. O sistema de perícia médica do INSS tem sido alvo de críticas constantes por excesso de demanda, falta de profissionais e precariedade de agendamento, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Em todo o país, o Instituto enfrenta um cenário de filas longas, demora no atendimento e infraestrutura insuficiente para atender a crescente demanda da população que depende do benefício por incapacidade.
Confira o relato: