A Casa de Antônio Conselheiro recebe a mostra “Alpendre: Mobiliário Brasileiro”, do designer Sebastião Dias, a partir desta sexta-feira, 8, e segue aberta para visitação até 8 de setembro, com entrada gratuita. Inspirada no movimento moderno do século XX, a exposição inclui referências visuais da botânica, fauna, cultura, religiosidade e elementos simbólicos do Nordeste às peças de mobiliário desenvolvidas. A mostra fortalece a economia local ao impulsionar a produção regional, a mão-de-obra artesã e promover a arte e o design nordestinos, resgatando elementos históricos e culturais.
“O alpendre é esse entre-lugar do diálogo; é onde se transmite a cultura oralizada, e vejo o design de mobiliário como um meio de tornar os saberes mais visuais e táteis. Nas peças que produzimos, há muito das histórias dos artesãos e das vivências que compartilhamos durante a pesquisa de materiais e a construção desses objetos”, explica Sebastião Dias, designer da mostra.
A exposição “Alpendre: Mobiliário Brasileiro” apresenta duas grandes fusões em sua realização: sua concepção une o design do mobiliário moderno no Brasil e a identidade cultural do Nordeste; a segunda, no próprio espaço de montagem da mostra, em diálogo com a exposição “Fausto Nilo: o tempo e o lugar”, atualmente em cartaz na Casa de Antônio Conselheiro. É uma fusão de duas exposições que contemplam a produção artística de filhos de Quixeramobim.
“Com alegria, celebramos a chegada da exposição ‘Alpendre: Mobiliário Brasileiro’ na Casa de Antônio Conselheiro. A mostra dialoga com a obra de Fausto Nilo, homenageado no seu tempo e lugar, um artista símbolo do nosso sertão, e marca a força da criação local ao ser aprovada no 13º Edital Ceará das Artes. Com curadoria sensível e raízes profundas, o projeto reúne talentos de pessoas artistas da cidade, com destaque para o querido criador Sebastião Dias, reafirmando que Quixeramobim é lugar de arte, memória e invenção”, afirma Pedro Igor Pimentel, Gestor da Casa de Antônio Conselheiro.
O Projeto
O Alpendre é o vão coberto que faz a transição entre fora e dentro, entre o movimento da rua e a intimidade da casa. Nesse entre-lugar instalamos as peças, que não surgem aqui como simples objetos, mas como pontos de apoio para novas conversas sobre habitar e pertencer.
Longe de uma cenografia distante, a exposição aproxima o visitante da escala do corpo: o tato da madeira, o calor do bronze, o equilíbrio geométrico que um dia sonhou em ser transgressor. Cada móvel sintetiza materiais, ofícios e histórias locais, mas também expõe escolhas de desenho que tensionam tradição e contemporaneidade. Assim, o Alpendre torna-se laboratório de formas e narrativas: quem passa por ele percebe como o cotidiano pode ganhar fôlego poético quando a ergonomia encontra a memória. É nesse intervalo que a arte se inscreve. É nele que o convidamos a entrar.
A mostra parte de uma pergunta simples — onde termina o espaço e começa o lugar? — e propõe a experiência como resposta. Ao ocupar o Alpendre, o visitante atravessa um território sensível onde tempo e olhar desaceleram; as obras e os gestos revelam fronteiras mais maleáveis entre arquitetura, paisagem e afeto, convidando à escuta do que não é dito, mas pulsa por trás das estruturas, dos mapas e das fronteiras.
Ao traçar os contornos desse percurso artístico, entrelaçamos, junto aos artistas, os fios que nos tecem enquanto paisagens sensíveis e complexas. Este momento presente oferece-se como pretexto — ou melhor, um convite sutil — para que possamos mirar o mundo ao nosso redor com olhos despertos, reconhecendo nele um espelho, um gesto de escuta e resposta, uma fonte constante de inspiração.
Serviço
Exposição “Alpendre: Mobiliário Brasileiro”
Abertura: 8 de agosto de 2025 (sexta-feira), às 17h
Visitação: até 8 de setembro de 2025
Quartas, das 8h às 12h e das 14h às 18h
Quintas, das 14h às 21h
Sextas, das 8h às 12h e das 14h às 21h
Sábados, das 8h às 12h e das 17h às 21h
Local: Casa de Antônio Conselheiro (Rua Cônego Aureliano Mota, 210 – Centro, Quixeramobim-CE)
Entrada gratuita