Desde que o Jogo da Amizade foi anunciando, no fim do ano passado, o técnico Tite vinha dizendo que o resultado do campo era o que menos importava. Havia um propósito nobre na partida entre Brasil e Colômbia: arrecadar fundos para os familiares das vítimas do voo da Chapecoense e agradecer o carinho dos colombianos. O aspecto solidário da partida foi alcançado, mas faltou torcida nas arquibancadas do Engenhão, no Rio, ontem à noite, e um pouco de futebol dentro de campo. Ao todo, 18.695 pessoas foram ao estádio assistir a seleção brasileira vencer a Colômbia por 1 a 0.
Muitos clarões puderam ser vistos no remodelado estádio utilizado pelo Botafogo, algo bem diferente do que acontece nos jogos válidos pelas Eliminatórias da Copa, nos quais a torcida geralmente comparece em peso.
O público presente fez sua parte. Antes do jogo, com as luzes do estádio apagadas e apenas com um grande símbolo da Chapecoense iluminado no gramado, os torcedores aplaudiram de pé os jogadores Alan Ruschel, Neto e Jackson Follmann, do time catarinense, e o radialista Rafael Henzel, sobreviventes do desastre aéreo.
Quando a bola rolou, o que se viu foi uma seleção diferente da habitual e sem muita inspiração. Formado apenas por atletas que atuam no País, com um único treino preparatório e com jogadores ainda longe de sua melhor forma física, o Brasil foi um time burocrático, que optou por toques curtos e pouca verticalidade. Nem de longe foi o time que devolveu o encanto à torcida no segundo semestre do ano passado. Tite sabia que seria dessa forma, mas aproveitou a partida para observar mais de perto o comportamento de jogadores que poderão fazer parte do grupo para as próximas partidas das Eliminatórias.
Dois deles se destacaram. O zagueiro gremista Pedro Geromel foi titular durante toda a partida e demonstrou a segurança habitual.
Mas o principal nome foi o meia palmeirense Dudu. Ele criou as melhores jogadas ofensivas do Brasil e foi o autor do gol da vitória, marcado de cabeça no primeiro minuto do segundo tempo.
Na metade final do segundo tempo, Tite colocou Luan na vaga do mais que discreto Diego Souza, e Camilo na vaga de Dudu. O Brasil ganhou velocidade e passou a assustar o gol de González. O placar, contudo, não foi mais mexido. Nem precisava. Afinal, o próprio Tite sempre disse que o resultado era o que menos importava.
Mas, independentemente do peso esportivo do jogo, Tite ampliou para sete vitórias em sete jogos o seu ótimo início de passagem pelo comando da seleção brasileira, que voltará a jogar pelas Eliminatórias da Copa de 2018 em 23 de março, quando enfrentará o Uruguai, fora de casa.
As sete vitórias conseguidas nos último sete jogos com o técnico Tite no comando, levará o Brasil ao topo do ranking da Fifa em sua próxima atualização, no mês que vem, algo que não acontecia desde maio de 2010.
Postado por: Jornalismo – Sistema Maior de Comunicação com informações O Povo Online