A procuradora aposentada Vera Lúcia de Sant’Anna Gomes, 57 –suspeita de torturar uma menina de 2 anos que estava sob sua guarda para adoção– pode estar escondida em São Paulo ou no Paraná, segundo informações do Disque-Denúncia. Considerada foragida desde a semana passada, quando teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, ela pode se entregar ainda nesta quinta-feira como informou ontem o advogado de defesa Jair Leite Pereira.
‘Ela me garantiu que vai se apresentar nesta semana. Foi esse o compromisso que ela assumiu comigo. Consegui convencê-la a cumprir a minha determinação de se apresentar. Se ela não fizer isso ficará à revelia e aí sua defesa fica deficiente’, afirmou à Folha o advogado. Pereira informou também que a data e o horário exatos da apresentação de sua cliente serão combinados, hoje, durante reunião.
Nesta quinta, o Disque-Denúncia afirmou que recebeu 36 denúncias –que já estão sendo investigadas por policiais civis e militares. Desde a divulgação do cartaz da acusada, na tarde de terça (11), o órgão já dobrou o número de telefonemas e, em apenas um dia, recebeu 17 informações sobre a foragida.
Habeas corpus
Na segunda-feira (10), a Justiça do Rio negou liminar que pedia a liberdade provisória da procuradora aposentada. A decisão é referente a um pedido feito no dia 7 de maio pelo advogado da acusada.
A Justiça ainda julgará o mérito do habeas corpus, mas o Tribunal de Justiça não informou quando será o julgamento.
Agressão
A criança agredida estava sob a guarda da procuradora desde 14 de março. No dia 15 de abril, após denúncia, uma equipe da Vara da Infância, acompanhada de uma juíza, uma promotora e oficial de Justiça, foi à casa da procuradora. Machucada, a menina foi levada para o hospital municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul). Com os olhos inchados, ela precisou ficar três dias internada.
A denúncia (acusação formal) contra a procuradora foi feita no começo de maio pelo Ministério Público, que pediu sua prisão preventiva pelo crime de tortura. Os promotores responsáveis pela acusação, afirmam que ela submeteu a criança “a intenso sofrimento físico e mental, agredindo-lhe de forma reiterada, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal”.
Fonte:Folha Online