A conclusão está no estudo “Sobre a Qualidade do Crescimento Econômico no Brasil de 1995 a 2008: uma Análise Comparativa entre Estados e Regiões Brasileiras”, divulgado ontem pelo LEP (Laboratório de Estudos da Pobreza), vinculado ao Caen (Curso de Pós-Graduação em Economia) da UFC. No trabalho, os períodos de 1995 -2002 e 2002-2008 foram chamados de períodos FHC e Lula, respectivamente.
Flávio Ataliba Barreto, professor do Caen e um dos autores do trabalho, explicou que a redução da pobreza ocorre em dois casos: mudança na distribuição da renda e crescimento da renda, que impacta na diminuição da desigualdade econômica.”O Ceará apresentou no período estudado melhoria nos dois fatores”.
“Embora, o estudo não traga explicação sobre o porquê do Estado ter se diferenciado no Nordeste, acreditamos que as políticas públicas voltadas para os domicílios rurais, tenham feito essa diferença”.
Mesmo com a melhoria, o nível de desigualdade no Estado ainda é muito grande, como no resto do País. O Índice Gini (que mede os níveis de desigualdade e quanto mais próximo de 0, menor é a diferença de renda entre a população) registrou taxa de 0,61% (período FHC), de 0,58% (período Lula) e 0,53% (1995 – 2008), o que aponta para uma taxa de variação de -4,45; -8,63%; e -12,70%, respectivamente. Os números mostram uma melhoria na distribuição da renda cearense.
Outro dado positivo com relação ao Ceará é que a taxa de crescimento da renda domiciliar per capita é crescente.Saiu de 2,19% entre 1995 e 2002, saltou para 26,90% de 2000 a 2008, e fechou o período (95-08) registrando uma variação de 29,68%.
O resultado é o segundo menor do Nordeste, abaixo de Sergipe, que apresentou os seguintes índices: -9,96%; 31,24%; e 5,05%, na ordem.
O estudo do LEP mostrou ainda que a Proporção de pobres no Ceará era de 53,61% em 1995; 49,74%, em 2002, e de 32,69%, em 2008, com taxa respectiva de -7,20%, -34,28%, e 39,02%. Em termos de Intensidade da Pobreza, os índices registrados pelo estudo do Caen foram 25,66% (1995); 22,42% (2002) e 12,89% (2008), com variação de -12,62%, -42,50% e -49,76%.
Quando se trata do indicador Perversidade da Pobreza, os percentuais são: 15,53%, 13,22%, e 7,50%,com taxa de variação de -14,90%, -47,66, e -55,46%.Considerando a taxa de crescimento da renda domiciliar per capita, pela curva de Lorenz, observa-se que os 10% mais pobres do Estado se beneficiaram mais no período Lula (0,54%). No governo de Fernando Henrique, o indicador era de 0,07% e de 1995-2008, de 0,61%.
No todo, os índices no Ceará são respectivamente 0,02%, 0,27% e 0,30%. (IM)
(Fonte: Jornal Diário do Nordeste)