A Justiça do Ceará decidiu manter a prisão e sentença de 24 anos e 10 meses de prisão (cada) para mãe e filho, acusados de assassinar um familiar, no Interior do Ceará. A vítima de 73 anos era o próprio pai e avô dos réus. A informação é do Diário do Nordeste.
Zineuda Bernardo de Sousa e Francisco Wilson Rodrigues de Sousa foram condenados pelo assassinato de Anísio Jacinto de Sousa. A motivação do crime, conforme a acusação, se deu devido a uma disputa pela herança.
Os condenados recorreram da sentença afirmando que não há provas suficientes nos autos. No último dia 3 deste mês, a desembargadora e relatora do recurso Ângela Teresa Gondim Carneiro Chaves assinou a decisão em 2º Grau do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) mantendo “a sentença de primeiro grau em todos os termos”, indo de acordo com o parecer da 29ª Procuradoria de Justiça do Ministério Público do Ceará.
A magistrada ainda manteve as prisões dos acusados “uma vez que demonstradas a periculosidade social dos réus e a extrema gravidade concreta do delito, evidenciadas especialmente pelo modus operandi da conduta delituosa, delito “perpetrado em face de pai/avô materno por pretensões meramente patrimoniais e financeiras e mediante violência concreta multiplicidade de lesões revelando, pois, a frieza e perigo concreto tanto da mandante (Zineuda) e do executor (Francisco Wilson), respectivamente, filha e neto da vítima assassinada denotando, com isso, o risco à ordem pública”.
O esposo de Zineuda, Fábio Rodrigues de Sousa, também chegou a ser acusado pelo homicídio, mas “foi absolvido de todas as imputações que lhes foram atribuídas na peça acusatória”. O trio foi preso logo após o crime.
Emboscada
Anísio trafegava em uma moto, na companhia da segunda esposa, rumo a zona rural de Quixeramobim. Conforme denúncia do MPCE, o casal foi surpreendido por Francisco Wilson, neto da vítima que, sem falar nada, se aproximou já efetuando os disparos.
A mulher caiu da moto e conseguiu correr, mas Anísio ficou no chão e, mesmo sem chance de defesa, ainda foi atingido mais duas vezes pelos disparos do neto.
Conforme a sobrevivente, Wilson estava de ‘cara limpa’ efetuando os disparos.
Já no interrogatório, Wilson negou a acusação e disse que “no dia dos fatos estava tirando lenha, não entendendo porque estão lhe atribuindo o crime. Por fim, informou que não sabe quem praticou o crime, acrescentando que seus pais não cometeram o crime”.
Zineuda também negou os fatos e disse que “nunca foi intrigada com seu pai, apenas que houve uma discussão, em razão de a vítima negar ajuda para sua irmã que estava acamada”.
Comemoração após o homicídio
Familiares e testemunhas disseram aos investigadores que Zineuda não falava mais com o pai, porque queria logo a sua parte na herança, alegando que outra mulher sem ser a mãe dela vinha usufruindo os bens.
Consta ainda no processo que a mentora intelectual do homicídio, no dia seguinte da morte do pai, “matou um porco e fez um churrasco”.
A defesa dos acusados chegou a alegar a inépcia da denúncia, mas, para a Justiça, a acusação “descreveu satisfatoriamente o fato criminoso, demonstrando de forma suficiente os indícios de autoria e a materialidade do delito, possibilitando aos acusados o pleno exercício da ampla defesa e dos demais princípios constitucionais”.
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