O delegado cearense Paulo Ernesto Pereira Tavares, flagrado dando um tapa no rosto de uma mulher após se envolver em um acidente de trânsito, e que também foi visto urinando em uma viatura da Polícia Civil, foi indiciado por sete crimes.
Paulo Ernesto é denunciado por:
- dirigir alcoolizado
- lesão corporal
- injúria
- ameaça
- resistência
- desacato e
- falso testemunho
Além de Paulo Ernesto, o tio da companheira dele irá responder por resistência, por agredir policiais e tentar impedir a prisão do delegado na confusão ocorrida no dia 11 de novembro, na cidade de Aurora, no interior do Ceará.
Duas testemunhas de defesa, indicadas pelo delegado, também foram indiciadas, por falso testemunho. A polícia concluiu que a dupla deu informações falsas ao alegar que não presenciou Paulo Ernesto ingerindo bebida alcoólica na festa em que estavam momentos antes de tudo acontecer.
No dia da confusão, o delegado chegou a ser detido após o acidente e a agressão, mas foi solto no mesmo dia mediante pagamento de fiança. Um dia depois, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça a pedido do Ministério Público do Ceará, mas recebeu o direito de cumprir medidas cautelares.
No dia 24 de novembro, Paulo Ernesto foi preso novamente, após atrapalhar as investigações sobre o caso. Desde então, ele segue detido.
Defesa alega complicações na saúde mental
Conforme a defesa de Paulo Ernesto, feita pelo advogado Artur Feitosa Arrais, o delegado teve complicações na saúde mental gerada por “traumas familiares” e pelo “estresse da profissão”.
“Descobrimos que ele tem alguns traumas familiares que geraram complicações de sua saúde mental nos últimos anos, fazendo uso de medicações controladas há alguns anos, após a trágica morte de seu pai, o que tem lhe causado amnésias mentais (apagões mentais) e surtos, em razão disso o mesmo vem se submetendo a tratamentos psiquiátricos e terapêuticos. […] Além disso, alguns dos problemas mentais são resultado do estresse da profissão de delegado de polícia, que é a categoria que mais enfrenta problemas de saúde mental no Brasil”, disse o advogado Artur Feitosa Arrais.
Ainda segundo o advogado, os elementos de prova ainda estão sendo analisados pela defesa.
“Ainda estamos analisando os elementos de prova e os detalhes do caso, mas queremos pedir compreensão as autoridades envolvidas no caso, pois não se trata de um simples caso policial, o delegado vem sofrendo com toda essa situação, entende que agiu errado, mas tememos que todo esse linchamento social possa agravar o quadro mental do mesmo. Ele tem uma família, filhos e sempre foi um profissional excepcional”, falou a defesa do delegado. (Do G1-CE)