O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados abriu, nessa quarta-feira, 30, processo para apurar a conduta do cearense André Fernandes (PL) e de outros seis deputados.
A instauração atende à representação apresentada pelo PT contra o deputado federal por racismo, que teria sido cometido durante um debate sobre a Reforma Tributária no plenário da Câmara. Na ocasião, ele teria falado, em um “tom jocoso”, que “a raça devia ser de ‘boi'”, conforme aponta a representação.
“Nesse texto que chegou ontem, já ali à noite, quando tratava de ‘gênero’, na verdade, era ‘gênero alimentício’. Senhor Presidente, na mesma linha também tinha ‘raça’. Se o gênero era alimentício, então a raça deve ser de boi”, disse, no dia 6 de julho, ao se referir a um trecho do texto da reforma que tratava sobre racialização e desigualdade social.
Na época, a deputada federal Jack Rocha (PT-ES) pediu questão de ordem, que foi atendida.
Com a abertura nesta quarta, um relator será definido para emitir um parecer preliminar para verificar se há indícios suficientes para prosseguir com a investigação ou se o processo deve ser arquivado. Os deputados Chico Alencar (Psol-RJ), Gutemberg Reis (MDB-RJ) e Bruno Ganem (Podemos-SP) foram sorteados para uma possível relatoria.
Além dele, processos para apurar a conduta dos deputados Marcon (PT-RS), Glauber Braga (Psol-RJ), Abilio Brunini (PL-MT), Ricardo Salles (PL-SP), Zucco (Republicanos-RS) e Sâmia Bomfim (Psol-SP) também foram abertos pelo colegiado.
A reportagem procurou a assessoria do deputado André Fernandes, mas ele não quis se manifestar no momento.
Em 2020, quando ainda era deputado estadual, André Fernandes chegou a ser suspenso por 30 dias da Assembleia Legislativa do Ceará por quebra de decoro parlamentar. (Do Ponto Poder)