Caldo de cana, alfenim e rapadura. A tradição está de volta no Distrito de Manituba, zona rural de Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará. O registro vem direto do engenho da Fazenda Vista Alegre, do saudoso André Euclides, prática que está sendo continuada por filhos e familiares.
A ideia de dar seguimento a atividade iniciada pelo pai vem dos filhos Nilsão, Aritamar e Cordeiro. Uma tradição antiga que consiste na extração do caldo, passando por dois rolos, com uma pressão que neles são aplicados. A moenda produz o caldo que é extraído o bagaço, sendo utilizado como combustível nas caldeiras.
Processo de Moagem
A moagem de cana no sertão é tradicionalmente realizada em engenhos, que podem variar desde estruturas simples até instalações mais complexas. Esses engenhos utilizam uma série de equipamentos, como moendas de madeira ou metal, que extraem o caldo da cana. O processo envolve:
Colheita: A cana é cortada manualmente, uma prática que ainda persiste em muitas comunidades.
Moagem: A cana é levada ao engenho, onde é moída para extrair o caldo.
Cozimento: O caldo extraído é cozido em panelas grandes, onde a água evapora e o açúcar se concentra.
Moldagem: O produto final é despejado em formas para solidificação, resultando em rapadura e alfenim.
Produtos Tradicionais
Caldo de Cana: Consumido fresco, é uma bebida refrescante e energética, muito popular entre os locais.
Rapadura: Um dos principais produtos da moagem, a rapadura é um açúcar mascavo sólido, amplamente consumido e utilizado em diversas receitas.
Alfenim: Uma versão mais refinada e moldada do açúcar, frequentemente utilizada em festas e celebrações.
A moagem de cana no sertão do Ceará não é apenas uma atividade econômica, mas que carrega significados culturais e sociais. As festas e tradições em torno da produção de rapadura e alfenim são momentos de união comunitária, além de representarem a resistência e a criatividade dos moradores do sertão. E na Fazenda Vista Alegre não é diferente. O momento acontece anualmente e durante a realização da moagem, todas as noites de sábado são marcadas por muito forró ao som de Clô Viana, músico da região.
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