Em menos de um mês, 261 novos “focos de calor” foram registrados no Ceará. O dado representa 44,5% do total de focos observados este ano (586) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitoramento nacional, atualizado diariamente, dá conta de que os municípios onde mais se detectou essa alteração no Estado foram Cedro e Farias Brito.
Segundo Leonardo Borralho, coordenador do Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (Previna) do Governo do Ceará, focos de calor nem sempre se configuram em focos de queimada (que podem ser controlados) ou em incêndios florestais. “O satélite (do Inpe) detecta qualquer radiação nesse sentido, desde queimadas ou incêndios, até mesmo a metais de um ferro velho ou formações rochosas super aquecidas”, explicou.
Por causa disso, para que o Estado oriente corretamente os esforços no controle de queimadas e combate aos incêndios florestais, é preciso validar em campo as informações do monitoramento. “Retirando os possíveis ‘falsos focos de calor’, os reais e potenciais focos estarão associados às condições naturais do território, de predominância do clima semiárido, bem como relacionados ao uso e ocupação do solo, como práticas agrícolas inadequadas e limpeza urbana de terrenos e lixo com uso irregular do fogo”, continuou Borralho.
Na manhã do último domingo, 15, um incêndio florestal de grandes proporções alcançou uma área de mata da cidade de Barro, no Cariri, e se alastrou por mais de 20 quilômetros. Segundo o especialista, vinculado à Secretária do Meio Ambiente (Sema), embora não seja possível afirmar que queimadas e incêndios florestais estejam aumentando, regiões como o Sertão dos Inhamuns, o Médio-Jaguaribe e o Centro-Norte do Estado são historicamente mais propensas ao risco de incêndios. “Áreas em processo de desertificação têm maior vulnerabilidade”.
Ceará é o quarto estado do Nordeste com maior registro de incêndios em 2019, aponta Inpe. (Do O Povo Online)