O presidente em exercício Michel Temer foi surpreendido na tarde de ontem pelo próprio partido, o PMDB, que lançou a candidatura do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro de Dilma Rousseff (PT), embolando ainda mais a disputa pela presidência da Câmara, na tarde de hoje. Até ontem, eram pouco mais de dez nomes concorrendo.
A prioridade do Planalto era costurar acordo em torno do nome do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), do “centrão” – bloco próximo ao ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB). Embora peemedebista, Castro votou contra o impeachment.
Em coletiva, Castro, que recebeu apoio do PT, tem afirmado que seu distanciamento de Temer não deve gerar barreiras para sua postulação ao comando da Casa. “A vaga é do PMDB. O ex-presidente Eduardo Cunha, que renunciou, era do PMDB”, disse.
O ex-ministro da Saúde tem afirmado que não vai criar problemas para Temer caso vença a eleição de hoje. O deputado era o único peemedebista entre os candidatos da sigla que o PT apoiaria para a presidência.
A falta de proximidade entre Castro e Temer, porém, é uma das justificativas de apoio do PT à candidatura de um nome do PMDB, legenda que liderou o processo de afastamento de Dilma. O deputado José Guimarães (PT) afirmou que o “diálogo” dentro da legenda originou a deliberação da bancada. (Do O Povo Online)