Milhares de venezuelanos cruzaram a pé a fronteira com a Colômbia, neste domingo, 10, aproveitando a abertura temporária da passagem de pedestres, fechada há 11 meses, para comprar, na cidade de Cúcuta, alimentos e remédios que escasseiam em seu país.
“Estamos felizes porque temos supermercado. Na Venezuela não tem nada! Não tem nem remédio para as crianças, elas estão morrendo. O presidente (Nicolás Maduro) diz que há comida, isso é mentira”, disse Tulia Somaza, entre aplausos dos seus compatriotas, que lotavam um supermercado em Cúcuta.
“Nós, os mortais, não temos nem sabão para lavar roupa”, acrescentou Somaza, uma das milhares de pessoas que atravessaram os cerca de 700 metros que separam a cidade venezuelana de San Antonio del Táchira e a colombiana de Cúcuta.
Depois do fechamento da fronteira, ordenado por Maduro por motivos de segurança, o presidente venezuelano autorizou a abertura de uma passagem de pedestres na manhã de ontem entre as pontes Simón Bolívar (Venezuela) e Francisco de Paula Santander (Colômbia).
Longas filas se formaram diante das alfândegas desde as 5 horas locais (6 horas, horário de Brasília), à espera da abertura da passagem, que seria às 6 horas. Muitas pessoas tinham dormido em veículos estacionados nas ruas próximas ao local, para poder cruzar a fronteira cedo e aproveitar o dia de compras.
Autoridades venezuelanas anunciaram que a passagem ficaria aberta por 12 horas. Algumas versões extraoficiais afirmam que esse período será de apenas oito horas. (Fonte: AFP – O Povo)