A renúncia do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvejado pela Operação Lava Jato, foi vista pela presidente afastada Dilma Rousseff e por ex-ministros como uma “jogada” para tentar salvar o mandato dele. Em conversas reservadas, Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirigentes do PT avaliaram que Cunha fez acordo com o presidente em exercício Michel Temer e também com o PSDB, para costurar o arquivamento do pedido de cassação.
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma, disse que vai anexar o pronunciamento de Cunha no processo de defesa da presidente afastada. Ao renunciar, Cunha afirmou pagar “um alto preço por ter dado início ao impeachment” da petista.
“O discurso dele cai como uma luva para demonstrar que esse processo foi, o tempo todo, movido por desvio de poder e vingança”, afirmou Cardozo, que foi advogado-geral da União. “Está evidente a má-fé nos atos de Cunha”, disse. (Fonte: Estadão Conteúdo)