A brecha que permitiria troca de legenda sem penalidades teve aprovação no Senado na última quarta-feira. Embora a proposta não tenha passado em definitivo, políticos cearenses já negociam mudanças de partido.
As negociações entre políticos para troca de sigla ganharam força após a aprovação da janela partidária no Senado, na última quarta-feira, 2.
A medida, ainda em discussão, permite mudança de legenda sem sanções por período de 30 dias. No Ceará, o PT pode perder um de seus antigos filiados, o deputado federal Odorico Monteiro, que iria para o Pros.
Caso a mudança se efetive, Odorico será a primeira grande baixa do PT cearense desde o início da queda de popularidade da presidente Dilma, e dos escândalos da Petrobras. O partido tem perdido nomes de peso, como Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, de malas prontas para entrar no PMDB.
A ida de Odorico tem sido anunciada pelo deputado federal Givaldo Carimbão (Pros-AL), que já calcula assumir a liderança da sigla na Câmara dos Deputados com a possível migração do atual líder, Domingos Neto, para o PDT.
Um jornal da capital apurou que Odorico e Carimbão se encontraram ontem e acertaram mudanças. Ainda que a janela não seja aprovada, Odorico tentará acerto com a direção nacional petista.
O Presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, nega ter conhecimento sobre a troca de legenda e destaca que, na quarta-feira passada, esteve reunido com a assessoria de Monteiro para tratar das eleições em 2016.
“Se essa informação proceder, é estranho”, disse. Segundo Diniz, não há desavenças internas que justificariam a saída de Odorico.
Pros
Prestes a perder boa parte dos filiados ligados ao grupo dos Ferreira Gomes, o Pros pode ganhar um rosto novo. Irmão de Odorico, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Valdetário Monteiro, vem sendo sondado como futuro presidente da sigla no Estado.
“Tenho o conhecimento de que meu nome foi sugerido, mas, gentilmente, agradeço. O partido tem uma plataforma tributária destacável, no entanto, prefiro manter meu trabalho na OAB”, afirmou Valdetário. (Do O Povo)