Na tarde da última quarta-feira, 02, a Promotora de Justiça da Comarca de Madalena, Alessandra Gomes Loreto, coordenou em parceria com a Polícia Civil de Canindé, que tem à frente o delegado regional Sidney Lira, o mandado de busca e apreensão de medicamentos vencidos no município de Madalena.
As sacas de medicamentos estavam estocadas no Madalena Clube, um local que seria alugado pela Prefeitura para estoque de materiais. Segundo a promotora, a operação foi motivada por denúncias anônimas de populares sobre a existência de uma grande quantidade de medicamentos vencidos no Clube.
“Com base nessas informações, nós contactamos o juiz Paulo Sérgio Reis e entramos com uma ação de busca e apreensão, a qual foi deferida pelo juiz e aí contactamos o delegado regional de Canindé, Dr. Sidney Lira, que prontamente deu cumprimento a este mandado e lá ele pôde detectar a veracidade das informações relatadas e encontrou cerca de 70 sacas de remédios vencidos, armazenados como se fosse em uma sala dentro do Madalena Clube”, disse.
A grande quantidade de medicamentos chamou a atenção do Ministério Público, dada a ausência no fornecimento dos remédios contínuos para alguns pacientes, conforme lembrou a promotora. No local também foram encontradas caixas com lixo hospitalar, como seringas usadas, plásticos e luvas descartáveis descartados de forma irregular.
“Um material que chamou muito a atenção pela sua grande quantidade e pelo descarte mal feito e o que gera indícios de crimes graves, e aí a procedência dessa medicação e o porquê que ela estava lá, está sendo apurado pelo delegado de Polícia que instaurou inquérito para poder investigar esse fato e o porquê que aqueles medicamentos vencidos estavam lá, uma vez que em Madalena mesmo, nós da Promotoria, semanalmente entramos com pelo menos duas ações cobrando da Prefeitura o abastecimento e o fornecimento de remédios, até contínuos para crianças com paralisia infantil. Enfim, as mais diversas ações para fornecimento de remédios que faltam porque a Prefeitura não fornece e nos chama a atenção essa grande quantidade de remédios vencidos e descartados desta maneira”, destacou a promotora.
Ainda conforme Dra. Alessandra, havia medicamentos vencidos há bastante tempo, alguns de três anos atrás, mas por outro lado, outros vencidos recentemente: “Há medicamentos agora datados de junho de 2015. Então é uma coisa que pode vir de administrações passadas, mas que certamente talvez haja uma continuidades nos dias atuais desse descarte mal feito e dessa compra exagerada de medicamentos sem necessidade e talvez até uma programação mal feita, uma vez que falta remédios para uso contínuo de determinados pacientes e sobram outros a ponto de ficarem descartados em um local desses totalmente inadequado”.
As investigações estão sendo encabeçadas agora pelo Delegado Sidney Lira e caso seja necessário alguma diligência por parte do MP ou se for detectado algum crime que envolva a administração pública, as investigações poderão ser remanejadas para a Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (PROCAP). “Mas isso não podemos adiantar porque o que temos de concreto é essa apreensão e algumas declarações de agentes públicos”, lembrou Dra. Alessandra.