Uma missa do papa Francisco na capital filipina reuniu ontem cerca de 6 milhões de pessoas em um parque e nas ruas ao redor, segundo estimativa das autoridades locais.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que esse público representa um novo recorde para um evento com a presença de um papa. A marca anterior era de 5 milhões de pessoas em uma missa de João Paulo II no mesmo parque Rizal, em Manila, em 1995, na última ocasião em que um pontífice esteve no país asiático.
Com 75 milhões de fiéis (81% da população), as Filipinas são o terceiro maior país católico do mundo, atrás apenas de dois países latino-americanos: Brasil e México. Sob chuva constante, Francisco chegou ao parque Rizal de papamóvel e com uma capa de chuva amarela.
O papa falou sobre a importância da Ásia para o futuro da igreja, por ser uma das poucas regiões em que o número de católicos cresce. A missa foi o último evento da viagem de uma semana pelo continente, que incluiu ainda uma visita ao Sri Lanka.
Machismo
Antes da celebração, ele foi a um encontro com jovens na Universidade São Tomás de Manila. No evento o argentino fez declarações de improviso, após notar que quatro das cinco pessoas que falaram no palco eram homens. “Há apenas uma pequena representação feminina aqui, muito pequena”, disse, fazendo a multidão rir. “As mulheres têm muito a nos dizer na sociedade atual. Às vezes, nós, os homens, somos muito ‘machistas’”, disse.
Na avaliação do pontífice, “as mulheres são capazes de fazer perguntas que nós, os homens, não conseguimos entender”, afirmou, em meio a aplausos. Francisco havia ouvido uma pergunta embaraçosa feita por um garota que fora abandonada. “Muitas crianças acabam se envolvendo com drogas e prostituição. Como Deus pode permitir uma coisas dessas?”, questionou Glyzelle Palomar, 12. Ele abraçou a garota para confortá-la e respondeu, visivelmente emocionado.
“Ela foi a única aqui a levantar uma questão para a qual não existe resposta. Escutem mais as mulheres, não sejam machistas”, disse o Papa aos homens. Francisco disse que, embora a proibição da Igreja Católica Romana em relação à ordenação de mulheres seja definitiva, ele quer promover mais freiras e outras mulheres a cargos mais importantes no Vaticano. Na última quinta-feira (15), o papa defendeu que a liberdade de expressão é um direito fundamental, que não permite “insultos à fé dos outros”. Francisco acrescentou ainda que considera que matar em nome de Deus “é uma aberração”. (Fonte: Jornal Diário do Nordeste)