Nesta quinta-feira (15), quando ainda estava a bordo do avião que o levava para visita às Filipinas, Papa Francisco condenou os assassinatos realizados em nome de Deus, mas afirmou que a liberdade de expressão não dá direito de “insultar” o próximo. “Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender”, disse o papa que é o terceiro a visitar as Filipinas, a nação católica mais populosa da Ásia.
Os comentários fizeram referência aos ataques que foram feitos na França na semana passada e foram reinvindicados pela Al Qaeda, no Iêmen. Só no ataque ao jornal satírico “Charlie Hebdo” 12 pessoas foram mortas, incluindo os cartunistas da publicação. O ataque ao jornal foi motivado pelas publicações de charges sobre o profeta Maomé, o que é expressamente proibido para o povo muçulmano. Os dois irmãos responsáveis pelo ataque, Said e Chérif Kouachi, foram mortos por policiais franceses após fazerem reféns. Amedy Coulibaly, que fez atentado contra um supermercado judaico em Paris e realizou um tiroteio que acabou com a morte de uma policial, também foi morto após assassinar cinco reféns.
Francisco considerou uma “aberração” matar em nome de Deus e fez questão de ressaltar que “cada um tem o direito de praticar sua religião, mas sem ofender”. O papa também falou que existe um limite para a liberdade de expressão e lamentou que muitas pessoas tranformem “em um brinquedo as religiões dos demais”. Para ele, tanto a liberdade de expressão como a liberdade religiosa são direitos fundamentais.