Já pensou em Fortaleza voltar a ter bondinhos no Centro? No que depender de projetos, a área central pode voltar a dispor do transporte, juntamente com uma série de mudanças na infraestrutura.
O bondinho ferroviário ainda está em estudo preliminar. Ele circularia nas ruas General Bezerril, Pedro Pereira, esquina com as ruas General Sampaio e Senador Pompeu, além da Avenida Tristão Gonçalves, entre as ruas Castro e Silva e Senador Alencar. O tempo estimado de implantação é de 24 meses, ainda não tem orçamento e os recursos ainda serão captados.
Os bondinhos, os quais compõem o projeto “Passeio da Cidade” não se trata de algo inalcançável, segundo a secretária da Executiva Regional do Centro (Secefor), Luiza Perdigão.
“Não é utopia, vereadores. Não é uma obra barata, mas há formas de se adquirir trens originais e, ainda, haveria a revitalização das vias por onde os bondes passassem”, disse, ontem pela manhã, ao apresentar aos 32 vereadores presentes ao Plenário Arruda Bastos, na Câmara Municipal de Fortaleza, 29 projetos pensados, elaborados, em licitação ou em andamento para revitalizar o bairro.
Viabilidade
Em uma exposição pacífica e sem muitas contestações, a secretária, como mesmo descreveu, “prestou contas” aos vereadores do que está sendo feito e pensado para área central da cidade. “O Centro, de forma permanente, precisa ser requalificado. Estamos dando um ponta pé inicial, tanto que foi criada uma estrutura administrativa para que os próximos governos deem continuidade”, esclareceu.
No início da apresentação, Luiza explicou a importância de se executar projetos que viabilizem o acesso e a mobilidade no Centro. Isso porque, como citou com base em levantamento, em dias da semana, a área recebe cerca de 300 mil pessoas. Enquanto que, aos sábados, esse total sobe para 500 mil. Além disso, ela acrescentou que 88% dos frequentadores pertencem às classes econômicas C, D e E. Destes, 70% usam ônibus para ir ao local; 15% pegam trem; 5% vão de carro; e os demais seguem de outras formas.
“Nossa intenção é revitalizar o Centro para que as classes A e B voltem à área”, antecipou. De acordo com a apresentação da secretária do Centro, as ideias para revitalizar a área variam desde restauração de calçadas, reformas de praças, construção de parques à instalação de bondinhos, que caracterizam as cidades do séculos XIX e XX.
Segundo Luiza, para revitalizar o bairro, foram listados projetos para edificações antigas, ruas, calçadas, parques, teatros e praças. Tanto que, como citou, uma das ideias é que a chamada Praça da Bandeira (Clóvis Beviláqua) seja “o Cuca do Centro”. Afinal, aconteceria uma urbanização do espaço público, que, como lembrou, “está acabado”.
Outros projetos que também merecem destaque é a construção do primeiro Teatro Municipal de Fortaleza, que acontecerá no Teatro São José, em parceria com o Governo do Estado; a Casa da Fotografia, que funcionará na Antiga Escola Jesus, Maria, José, próximo à Escola Justiniano de Serpa; e o Parque Pajeú que “há muitos anos sofre processo de degradação, sendo uma área que nunca foi delimitada”, ressaltou.
A secretária reforçou ainda que, dentre as mudanças, a Prefeitura de Fortaleza terá até o próximo dia 15 para desocupar a popular Praça da Lagoinha. “É uma decisão judicial e o Município vai cumprir”, antecipou.
Segundo a secretária do Centro, em breve, irá a Porto Alegre (RS)para averiguar os modelos de camelódromos existentes, para ver os que se aplicam à Capital. “Não é só a mera desocupação. É também existirem políticas públicas para uma solução definitiva”.
O Centro, no quadrilátero formado pelas avenidas Duque de Caxias, Dom Manuel e Rua Dr. João Moreira, vai ganhar nova iluminação a partir de setembro deste ano. A nova iluminação substituirá as lâmpadas amarelas de sódio. Vão ser lâmpadas brancas com uma proteção reforçada e alimentadas por vapor metálico.
Fonte: Diario do Nordeste