Ministério da Saúde estima que a meta de redução da mortalidade infantil no Brasil será atingida em 2010A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) mantém a tendência de declínio no Ceará.
Para se ter uma ideia, nos últimos 11 anos, o número de óbitos chegou a reduzir 51,87%. Além disso, a quantidade de bebês que morrem a cada mil nascidos vivos no Estado é menor do que no País e no Nordeste, conforme dados divulgados ontem, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que mede o avanço dos indicadores do milênio nos países em desenvolvimento.
Segundo o estudo, no Ceará, em 1997, a cada mil nascidos vivos 32% morriam(320), já no ano passado esse número caiu para 15,4% óbitos (154). Nos anos de 1990 a taxa de mortalidade no País era de 47,1% a cada mil nascidos vivos, o que representa 471 óbitos, e no Nordeste 75,8%(758 óbitos). Já em 2008, o número de mortes no Brasil reduziu para 19%(190 óbitos), e no Nordeste, a taxa caiu para 26,7% (267óbito).
Diante desses resultados, o Ministério da Saúde estima que a meta de redução da mortalidade infância (ODM4) – crianças menores de cinco anos, será atingida três anos antes do prazo-limite estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2012, o Brasil terá chegado à taxa de 17,9 mortes por mil nascidos vivos, índice que deveria ser cumprido até 2015, segundo o organismo internacional. As outras metas que devem ser atingidas são: a erradicação da fome e a redução das doenças endêmicas.
Estado
Segundo a presidente da Sociedade Cearense de Pediatria, Regina Portela, o decréscimo, nos últimos anos, da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI), deve-se à redução importante da mortalidade pós-neonatal, ocorridas entre 28 dias a 11 meses e 29 dias de idade. Em 1997 eram 158 óbitos para cada mil nascidos vivos, já em 2008, esse número diminui para 51 óbitos.
A pediatra explica que, as causas mais frequentes dos óbitos são por pneumonia e diarreia. No entanto, segundo ela, durante esse período de vida é mais fácil reduzir a mortalidade. “Essa redução acontece devido as ações eficazes da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), oferecendo vacinas gratuitas nos postos, além de campanhas para evitar a desidratação”, diz.
Ela acrescenta que a mortalidade infantil neonatal vem também decrescendo, embora mais lentamente. Os óbitos neonatais tiveram como principais causas, as afecções originadas no período perinatal, que vai desde a gestação até após o parto. Estas, são responsáveis por 58% dos óbitos de menores de um ano de idade.
As principais causas são as malformações congênitas, deformidades e anomalias, peso abaixo de 2,5 quilos, além da prematuridade.
A pediatra ressalta que, a mortalidade infantil neonatal é bem mais difícil de ser combatida, do que a pós- neonatal, pois envolve múltiplos fatores que vão desde a gravidez na adolescência, qualidade e frequência do pré-natal, até as condições do parto, com médicos especializados e equipamentos.
De acordo com Regina Portela, para que os óbitos continuem decrescendo é preciso investir mais em pré-natal de qualidade, combater a gravidez na adolescência, além de fornecer condições adequadas para a hora do parto, observando a qualidade dos equipamentos e a qualificação dos médicos. Além disso, ela ressalta que a criança precisa ter um acompanhamento continuo com um pediatra após o parto.
(Fonte: Jornal Diário do Nordeste)