A ferrovia Transnordestina está prestes a mudar a paisagem logística do Nordeste, especialmente no Ceará, ao iniciar suas operações em outubro de 2025. Após quase vinte anos de espera, cada viagem de trem da nova ferrovia promete tirar das estradas cerca de 380 caminhões, aliviando significativamente o tráfego nas rodovias e tornando o transporte de cargas mais eficiente e sustentável.
Com uma locomotiva equipada com 126 vagões, cada composição ferroviária será capaz de transportar uma carga equivalente a quase 400 caminhões. A eficiência energética também se destaca: enquanto um caminhão consome em média 7 litros de combustível por tonelada transportada, o trem consome apenas 2,6 litros, tornando-se uma alternativa mais econômica e menos poluente.
Os trajetos ferroviários, embora mais longos em duração comparados às viagens rodoviárias, oferecem maior segurança e capacidade de carga. O trecho entre Bela Vista do Piauí e Iguatu, por exemplo, levará cerca de 12 horas por ferrovia, enquanto por rodovia são 6 horas. Já o percurso entre Eliseu Martins (PI) e o Porto do Pecém (CE) será feito em aproximadamente 32 horas de trem, contra 13 horas por estrada.
O impacto da Transnordestina vai além da logística. A ferrovia será integrada a uma estrutura moderna, com pelo menos cinco portos secos e um terminal intermodal. Municípios como Quixeramobim, Iguatu e Missão Velha já foram contemplados com investimentos do governo estadual, reforçando o compromisso com o desenvolvimento regional.
A expectativa é que, em pleno funcionamento, a ferrovia transporte até 33 milhões de toneladas de carga por ano, com potencial de ampliação. A primeira fase da obra, que liga São Miguel do Fidalgo ao Porto do Pecém, está prevista para ser concluída no segundo semestre de 2027. Especialistas apontam que essa mudança poderá atrair novos investimentos, impulsionar a economia local e trazer melhorias significativas ao meio ambiente, reduzindo as emissões de poluentes e descongestionando as estradas nordestinas.
Com informações do Diário do Nordeste