A pré-estação chuvosa cearense chega ao fim hoje, com cerca de 102,7 mm de precipitações nos meses de dezembro de 2016 e janeiro deste ano. Muito menor do que a média do ano passado, de 203 mm nos dois meses, as chuvas serviram para amenizar o processo de evaporação dos reservatórios e amenizar o calor — o que incide na diminuição do consumo de água. Se até março não chover de forma considerável no Ceará, a água que hoje é direcionada à agricultura, principalmente na região do Vale do Jaguaribe, será reduzida.
O meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz, destacou que a Região do Cariri recebeu maiores volumes de chuva. Foram 135 mm apenas em janeiro, 9% abaixo da média considerada para o mês. “Favorece mais o Cariri por causa de sistemas que aparecem no Sul do Nordeste. Às vezes um desses pode ser uma frente fria que chega na Bahia, mas são sistemas que têm a tendência de se localizarem mais pelo Centro-Sul”, explicou.
Na pré-estação, a parte Noroeste do Estado, que envolve a região de Ibiapaba e localidades ao Norte, pode sofrer influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), especialmente em janeiro. “Não nos alcançam diretamente, mas se aproxima. Pré-estações geralmente respondem por uma média. Fora da época chuvosa, que é entre fevereiro e maio, temos uma média de 200 mm, incluindo janeiro”, detalhou o especialista. Conhecido por levar um pouco mais de verde à paisagem cearense, em 2017 este período não teve grande influência sobre a vegetação, de acordo com análises de satélites. (Do O Povo)