A oposição ao governo de Camilo Santana (PT) poderá chegar a 15 nomes na próxima legislatura da Assembleia Legislativa. Um bloco de oposição está sendo articulado dentro da Casa reunindo ao todo 13 deputados. Renato Roseno (Psol) completa a lista de opositores fora do bloco e Heitor Férrer (PDT) pode ficar do mesmo lado, levando em consideração o histórico do parlamentar na Assembleia. O deputado, no entanto, se restinge a afirmar que terá voz de “neutralidade” no próximo mandato. O número já é suficiente, por exemplo, para abrir um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa.
Em entrevista ao O POVO, os deputados Fernanda Pessoa (PR) e Danniel Oliveira (PMDB) reforçaram que terão posicionamento crítico em relação à gestão petista. Segundo Pessoa, o bloco está fortalecido pela quantidade de deputados.
Danniel afirmou ainda que os partidos que devem compor o bloco são PR, PV, PPS, PMDB, PSDB, DEM e PSDC. Segundo ele, na próxima semana os parlamentares deverão se reunir para afinar o discurso. “Teremos uma posição clara de oposição. Faremos um papel fiscalizador sem revanche, sem briga ou raiva. Será uma oposição voltada para que as promessas do governo sejam feitas”.
A expectativa dos parlamentares em relação ao bloco, no entanto, não deve se confirmar ainda nos primeiros meses de 2015. Apesar do número maior de deputados eleitos em coligações opositoras a Camilo em relação ao governo Cid Gomes, um nome de peso político não deve embarcar no discurso contrário ao grupo político PT-Pros.
O deputado estadual Capitão Wagner (PR) não garantiu voz de oposição no primeiro momento. “Vamos ter o posicionamento de tolerância nos seis primeiros meses”, disse. Segundo o deputado eleito com discurso de oposição, o mandato será de “independência” até que o governo realize as medidas iniciais da gestão.
Outro nome que historicamente tem discurso forte contra governos petistas, o deputado estadual Fernando Hugo (SD), abriu mão do bloco opositor ao governador Camilo Santana. “Na Assembleia vou apoiar o governo Camilo Santana. Já disse a ele que na hora que achar conveniente me contrapor a alguma posição que ele venha a tomar serei crítico construtivo”, disse.
O também peemedebista eleito Audic Mota endossou a fala de Oliveira ao afirmar que o posicionamento do seu mandato será em tom crítico, porém longe do que chamou de “radicalismos”. “A minha posição vai ser partidária. Hoje o PMDB está na oposição ao governo do Estado”, disse.