O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), utilizou as redes sociais nesta segunda-feira (22) para informar que vai solicitar a anexação dos documentos produzidos na 23ª fase da operação Lava Jato, a chamada operação Acarajé, ao processo que o partido move contra a campanha da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Deflagrada nesta segunda-feira, a operação apura supostos desvios de dinheiro da Petrobras para o pagamento de campanhas políticas do Partido dos Trabalhadores dirigidas pelo marqueteiro João Santana.
“O PSDB está solicitando a juntada desses documentos ao processo que caminha no TSE. Agora, vemos que o péssimo exemplo de desrespeito à verdade e aos brasileiros, que a campanha da presidente Dilma havia dado, não foi o único”, diz publicação de Aécio no Facebook. Na nota, o senador também chama classifica os episódios revelados nesta segunda-feira como “graves”.
Em outubro de 2015, o PSDB entrou com uma ação no TSE em que pede a impugnação da chapa vencedora das eleições presidenciais em 2014, formada por Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer, do PMDB. Os tucanos alegam suposto abuso de poder político e econômico na eleição de 2014.
O PSDB também acusa a chapa de Dilma e Temer de ter recebido “financiamento de campanha mediante doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas”.
O publicitário baiano João Santana, marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, recebeu US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Investigadores suspeitam que ele foi pago com propina de contratos da Petrobras.
“Há o indicativo claro de que esses valores têm origem na corrupção da própria Petrobras. É bom deixar isso bem claro, para que não se tenha a ilusão de que estamos trabalhando com caixa 2, somente”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
Entre os mandados de prisão expedidos nesta segunda na operação Acarajé, estão os de João Santana e da mulher e sócia dele, Mônica Moura. Até a última atualização desta reportagem, o casal não tinha sido preso porque estava na República Dominicana, onde Santana era responsável pela campanha à reeleição do presidente do país, Danilo Medina. Depois da deflagração da operação, Santana deixou a campanha e anunciou que voltará ao Brasil.