Passados exatamente 15 dias após a ação de uma facção criminosa na sede do Distrito de São Miguel, zona rural de Quixeramobim, a sensação ainda é de medo e insegurança. Tudo começou no amanhecer do dia 6 de novembro, quando moradores se depararam com várias casas e até prédios públicos pichados pela facção Comando Vermelho (CV).
Os recados, com ameaças explícitas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), acenderam o alerta das autoridades do município para uma possível tentativa de atuação criminosa na região. Entre as frases encontradas nos muros, uma chamou a atenção: “Quem for PCC vai morrer”. As inscrições, com siglas e símbolos característicos do Comando Vermelho, foram interpretadas como um sinal de disputa territorial entre facções rivais, o que gerou uma resposta rápida das forças de segurança.
Uma intervenção policial foi montada no local para garantir segurança aos moradores e identificar e prender os envolvidos. No mesmo dia, a Polícia Civil prendeu, na localidade de Riacho do Algodão, dois homens suspeitos de envolvimento nas pichações.
Equipes da Polícia Militar, incluindo o Policiamento Ostensivo Geral (POG), o Comando Tático Rural (Cotar), o Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRAIO), além da Polícia Civil, atuaram em sistema de revezamento para garantir a segurança dos moradores. Passado isso, nada mais foi comentado nem divulgado.
O Quixeramobim Agora conversou com um morador, que preferiu não se identificar. Ele revelou a sensação de medo ainda sentida pela população.
“Até hoje ainda estamos tentando entender o acontecido e por qual motivo escolheram logo a Vila de São Miguel. Quando sabemos que a Polícia está por aqui, ficamos até mais tranquilos”, disse.
Nossa equipe também procurou, nesta quarta-feira, 19, o delegado de Polícia Civil de Quixeramobim, William Lopes, que coordenou pessoalmente os trabalhos investigativos durante a intervenção na comunidade. Sem dar muitos detalhes para não atrapalhar as investigações, ele revelou que as diligências continuam até que todas as ações criminosas sejam elucidadas.
“Só vamos parar quando prendermos todos os envolvidos”, revelou o delegado William Lopes.
O Sistema Maior de Comunicação também entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) para saber mais detalhes do caso. Em nota, a pasta revelou que a Polícia Militar do Ceará (PMCE) reforçou o patrulhamento na região e que o caso está a cargo da Delegacia de Quixeramobim, que realiza diligências com o intuito de capturar os envolvidos na ação criminosa.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) segue investigando o crime de organização criminosa, registrado no último dia 6 de novembro, no distrito de São Miguel, no município de Quixeramobim – Área Integrada de Segurança 20 (AIS 20) do estado. Já a Polícia Militar do Ceará (PMCE) reforçou o patrulhamento na região. O caso está a cargo da Delegacia de Quixeramobim, que realiza diligências com o intuito de capturar os envolvidos na ação criminosa.
Denúncias
A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As informações podem ser direcionadas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, pelo qual podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia ou ainda via “e-denúncia”, o site do serviço 181, por meio do endereço eletrônico: https://disquedenuncia181.sspds.ce.gov.br/.
As informações também podem ser encaminhadas para o telefone (88) 3441.0302, da Delegacia de Quixeramobim. O sigilo e o anonimato são garantidos.

