Há três anos, a Casa de Antônio Conselheiro reabriu suas portas ao público como equipamento cultural da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), integrando a Rede Pública de Equipamentos Culturais do Estado (Rece) e sendo gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). Localizada em Quixeramobim, cidade natal do líder sertanejo, a instituição se consolidou como um polo de memória, arte e formação no interior cearense.
Desde 2022, o equipamento já realizou mais de 383 ações de difusão cultural, alcançando cerca de 18.436 pessoas. Foram 952 horas de formação, com mais de 3.679 participantes em cursos, oficinas, palestras e outras atividades educativas. As exposições em cartaz ao longo desses três anos receberam mais de 25.909 visitantes, entre estudantes, pesquisadores, artistas e moradores da região A missão é preservar, pesquisar, documentar e comunicar a memória de Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, figura central da história brasileira e símbolo de resistência popular. Seu legado é ativado a partir de múltiplas linguagens artísticas e ações culturais que atravessam temas como identidade sertaneja, justiça social e patrimônio.
Construída no início do século XIX por Vicente Maciel, pai de Conselheiro, a residência foi tombada pelo Estado em 2005 e passou por um processo de restauro entre 2018 e 2022. Reaberta ao público, reafirma a cultura como política pública e direito, funcionando como espaço de escuta, formação e pertencimento.
“A Casa de Antônio Conselheiro é mais que um espaço cultural: é um corpo vivo de memória e pertencimento. Nestes três anos, ela tem acolhido vozes plurais, celebrado os saberes do Sertão Central e reafirmado a cultura como caminho de transformação. Essa trajetória só é possível graças à parceria com a Secretaria da Cultura do Ceará, que compartilha com o IDM o compromisso de cuidar da história e tecer o presente com escuta e sensibilidade”, destaca Rachel Gadelha, diretora-presidente do Instituto Dragão do Mar.
Com arquitetura típica das casas do interior cearense, o imóvel abriga exposições, atividades educativas, encontros de saberes, rodas de conversa, feiras, cineclubes e shows musicais. O anfiteatro, construído durante a restauração, amplia as possibilidades de fruição e acolhe eventos voltados à comunidade local e regional. Apresentando-se como um lugar de abrigo, pertencimento e conexão com as raízes populares, a Casa tornou-se referência regional no diálogo entre passado e presente.
“A cada ano, temos percebido o fortalecimento da Casa como espaço de preservação da memória, de estímulo à reflexão crítica e de valorização da identidade sertaneja. Este é também um tempo de reafirmar o nosso compromisso com a cultura como direito e como instrumento de transformação social”, afirma Pedro Igor Pimentel, gestor executivo da Casa.
A atuação do equipamento se estende à articulação com escolas, movimentos culturais, secretarias, coletivos, instituições de ensino e grupos da sociedade civil. Fortalece laços entre Quixeramobim e Canudos, entre o sertão cearense e o sertão baiano, onde Conselheiro construiu o Arraial de Belo Monte.
Além disso, como destaca Pedro Igor:
“O equipamento é também um agente ativo na promoção de políticas públicas essenciais para o desenvolvimento social do Ceará, atuando em áreas como Igualdade Racial, Diversidade e combate à fome, por meio de parcerias como o Programa Ceará Sem Fome”.
Referência no território, a Casa de Antônio Conselheiro promove a preservação da memória e a valorização das expressões culturais do povo sertanejo, integrando ações educativas e culturais de base comunitária, acessíveis, diversas e comprometidas com o fortalecimento das políticas públicas de cultura no estado.