Nessa segunda-feira, 31 de março, o Brasil recebeu a notícia do reconhecimento do título de venerável ao Padre José Antônio Maria Ibiapina, um dos maiores expoentes da fé e caridade no país. Natural de Sobral, no Ceará, ele dedicou sua vida à promoção da justiça, acolhimento dos mais necessitados e à difusão dos valores cristãos.
Nascido em 5 de agosto de 1806, Ibiapina iniciou seus estudos no seminário de Olinda, mas precisou interrompê-los devido à perda de sua mãe. Posteriormente, dedicou-se ao estudo do Direito e exerceu importantes cargos no cenário jurídico e político brasileiro, foi professor, depois magistrado e delegado de Polícia da Prefeitura de Quixeramobim.
Seu compromisso com a justiça social foi evidente quando, como deputado do Parlamento Nacional, apresentou um projeto de lei visando impedir o tráfico de escravos da África. Apesar dos desafios enfrentados na tentativa de reformar o sistema judiciário, renunciou ao cargo e mudou-se para Recife, onde passou a advogar pelos mais pobres.
Após abandonar a carreira jurídica, Ibiapina reencontrou sua vocação e foi ordenado sacerdote em 1853. Atuou ativamente na Diocese da Paraíba, onde, durante a epidemia de cólera, entregou-se ao cuidado dos enfermos, ganhando o apelido de “peregrino da caridade”.
Além disso, fundou diversas instituições de acolhimento, assistência à saúde, educação e formação profissionalizante na Paraíba e no Rio Grande do Norte, consolidando seu legado de compaixão e serviço ao próximo.
Nos últimos anos de vida, Padre Ibiapina enfrentou uma paralisia progressiva dos membros inferiores, vindo a falecer em 19 de fevereiro de 1883. Seu testemunho de vida, fundamentado na oração e na Eucaristia, foi decisivo para que a Igreja o reconhecesse como venerável, etapa importante no processo de canonização.
O reconhecimento do Vaticano reforça a importância de seu legado e inspira fiéis brasileiros a continuarem sua missão de amor e serviço ao próximo.