Miguel Martins da Silva, de 17 anos, precisou de um atendimento especializado após um acidente enquanto auxiliava o pai no roçado, na zona rural de Ibaretama. Ele caiu enquanto tentava segurar um jumento, e levou um coice próximo ao olho. O trauma resultou em um problema na musculatura ocular que não o permitia olhar para o alto. O rapaz precisou de uma cirurgia bucomaxilofacial, realizada no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) em Quixeramobim.
Depois do procedimento, o dano foi corrigido. “Foi ligeiro e eu não senti nada. No dia seguinte recebi alta e fui para casa”, diz o jovem. “Ele já saiu da cirurgia olhando para cima”, detalha Roque Martins, cirurgião bucomaxilo do HRSC. “O benefício do serviço é esse: estabilizar a função que ficou comprometida por algum tipo de fratura”, explica.
Miguel foi um dos primeiros a serem atendidos na nova modalidade de cirurgia, oferecida desde o último dia 19 de agosto no HRSC, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). A especialidade faz parte do pacote de novos serviços entregue pelo Governo do Ceará durante a abertura da unidade de Urgência e Emergência e reforça a expansão da regionalização da saúde.
Procedimento corrige problemas e devolve autoestima
A cirurgia bucomaxilofacial é o recurso para tratar problemas que afetam toda a região da face, após acidentes que causem fraturas, como quedas ou colisões. O procedimento exige da equipe conhecimento complexo da anatomia facial. “Isso evidencia a grande responsabilidade que temos com o paciente quando ele se submete a uma cirurgia desse porte”, lembra Roque Martins.
Pedro Amorim, cirurgião bucomaxilo do HRSC, reforça que o procedimento é crucial em casos que comprometam a estética. “A gente trabalha com o rosto, nosso cartão-postal, precisamos ter um cuidado em não só corrigir o que está fraturado, mas em reparar a estética do paciente”, explica.
O psicólogo que atua no HRSC, Claudione Cavalcante, reforça a avaliação do cirurgião. “Traumas na região facial resultam numa perda de autoestima profunda. O indivíduo não se reconhece mais e pode nutrir sentimentos de insegurança e vazio”, explica.
Pedro Amorim reforça que, na maioria das cirurgias, o paciente não fica nem com cicatriz. “Esse nível de êxito só conseguimos graças à nossa estrutura: aqui temos o padrão para as cirurgias de bucomaxilo”, finaliza.