A investigação que indiciou seis influenciadores digitais de Quixeramobim pelo crime de exploração de jogos de azar em locais públicos ou acessíveis ao público começou após uma mulher tirar a própria vida por apresentar problemas financeiros devido ao vício no jogo online. A informação é do G1-CE.
A investigação, conduzida pela Delegacia Municipal de Quixeramobim, que tem como titular o delegado William Lopes, identificou que os acusados promoviam e divulgavam o chamado “Jogo do Tigrinho” em suas redes sociais, incentivando a prática ilegal.
Os indiciados são:
- Layse Ingrid – miss gay Quixeramobim 2024 e empresária, com mais de 30 mil seguidores;
- Andréia Amâncio – 14 mil seguidores;
- Kellygton Felício – mais de 3 mil seguidores;
- Bruna Eduarda Victor Morais – mais de 14 mil seguidores e
- um adolescente de 16 anos – mais de 4 mil seguidores.
Uma sexta pessoa, identificada como Irlan Fidelis, foi presa em Fortaleza na última quinta-feira, 26 de setembro, também investigado por divulgar o jogo em seu perfil nas redes sociais.
Além da acusação de exploração de jogos de azar, os influenciadores também foram indiciados pelos crimes de propaganda enganosa e abusiva, conforme os Artigos 67 e 68 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Os investigados teriam utilizado suas plataformas digitais para divulgar o jogo de forma a induzir o público ao erro, promovendo promessas falsas de prêmios e vantagens financeiras que não se concretizavam.
Conforme o processo, ao qual o G1 teve acesso, a apuração sobre a atuação de influenciadores da região na disseminação dos jogos de azar começou após o caso de suicídio de uma mulher de 33 anos, ocorrido na cidade em junho deste ano.
Segundo a polícia, a morte da vítima estaria diretamente ligada a problemas financeiros por vício em jogos de azar, especificamente, o “jogo do tigrinho”.
Considerando a ocorrência e a informação recebida pela delegacia sobre a exploração de jogos de azar, a delegacia fez o levantamento dos influenciadores que divulgavam as plataformas em seus perfis.
“É um absurdo o que tem ocorrido ultimamente, principalmente no nosso município, pessoas dilapidando todo o seu patrimônio, famílias sendo arruinadas. Temos casos até de pessoas que tentaram suicídio e até pessoas que cometeram suicídio por conta de perder todo o seu patrimônio, entram em um espiral de problemas psicológicos e não conseguem se retirar. Muitas vezes alguns desses influenciadores têm conhecimento que isso está ocorrendo com as pessoas e a gente tem que eliminar essa prática dessas infrações”, disse o delegado William Lopes.
Todos os influenciadores investigados foram chamados para prestar esclarecimentos e durante o depoimento relataram que foram recrutados por “agentes” que ofereciam até R$ 500 por semana para o cadastro de 50 assinantes nas plataformas de jogos.
O esquema também disponibilizava contas “demo” para que os influenciadores publicassem para seus seguidores uma simulação de que eles sempre ganhavam nos jogos. A maioria dos ouvidos disse a polícia que não utilizaram o recurso.
As investigações continuam por meio da Delegacia Municipal de Quixeramobim, com o intuito de identificar outros suspeitos da prática criminosa na região.