Os quatro policiais penais que estavam na viatura de onde três condenados por participação na Chacina de Quixeramobim fugiram logo após o julgamento em Fortaleza foram afastados preventivamente do serviço público por 120 dias, por suspeita de facilitarem a fuga. A informação é do G1-CE.
O caso ocorreu em 25 de novembro. Na ocasião, Izaias Maciel da Costa, Mateus Fernandes dos Santos Sousa e Francisco Fábio Aragão da Silva retornavam da audiência que os condenou a 207 anos de prisão pela morte de quatro pessoas quando destruíram a grade e fugiram do veículo da polícia em movimento. Os criminosos seguem foragidos.
No boletim de ocorrência registrado pelos policiais penais, os agentes responsáveis pela escolta não souberam informar o local exato da fuga e alegaram que só perceberam a ausência dos presos quando chegaram ao presídio em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Na decisão publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 2 de dezembro, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que o afastamento dos policiais penais ocorreu “por prática de atos incompatíveis com a função pública, visando à garantia da ordem pública, à instrução regular do processo administrativo disciplinar e à correta aplicação de sanção disciplinar”.
O órgão instaurou um Processo Administrativo-Disciplinar para apurar a conduta administrativa dos agentes. Um inquérito policial também investiga a facilitação de fuga e corrupção por parte dos policiais.
Fuga
Os fugitivos Izaias Maciel da Costa, Mateus Fernandes dos Santos Sousa e Francisco Fábio Aragão da Silva foram condenados por homicídios qualificados por motivo torpe — disputa de facções criminosas — e recurso que impossibilitou defesas das vítimas, bem como por integrarem organização criminosa.
O julgamento ocorreu no Fórum Clívis Beviláqua, em Fortaleza, no dia 25 de novembro. A sessão teve início às 9h e foi concluída às 23h30 do mesmo dia, na 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, após transferência da comarca de origem.
Segundo a fonte ouvida pelo g1, após o julgamento o trio foi escoltado por pelo menos quatro agentes e levado ao carro da polícia para retornar à Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Jucá Neto (CPPL 3), em Itaitinga.
No entanto, ao chegar ao presídio, os réus — que estavam presos preventivamente — não estavam no veículo.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) comunicou, em nota, que os três internos retornavam de uma audiência judicial e teriam arrombado a grade da cela do veículo e pulado da viatura em movimento.
Na sequência, equipes do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP) iniciaram buscas para tentar recuperar os fugitivos, a qual contou com drones e câmeras termais. Até a manhã desta terça-feira, 13, os homens ainda não foram recapturados.