Os futuros governos que iniciarão no Ceará e no Brasil em 2023 têm diferentes tarefas para executar. Lula (PT) foi o presidente eleito pela terceira vez para comandar o Estado brasileiro e Elmano de Freitas (PT) assumirá pela primeira vez o comando do Governo do Ceará, após as gestões de Camilo Santana (PT) e Izolda Cela (sem partido).
Enquanto Lula tem a tarefa de reestruturar parte do orçamento retirado de áreas como Educação e Saúde, Elmano tem o dever de manter nos eixos o que foi deixado pelos governos anteriores e fazer ainda mais do que foi elaborado, planejado e executado por Camilo e Izolda.
O fato principal é que esse processo contará com uma colaboração direta entre governos, já que Camilo e Izolda não contaram com presidentes alinhados aos seus governos – com exceção de Camilo, que contou com Dilma Rousseff até antes do impeachment da presidente. Um período curto de parceria, levando em consideração o dia em que Santana assumiu o Executivo estadual. Esse privilégio ficará para a conta de Elmano, que terá em Lula a figura institucional de parceria.
A expectativa é que Elmano e Lula, com apoio de Camilo, que foi eleito para o Senado e é cotado para um cargo no primeiro escalão do Governo Federal, façam uma parceria que traga frutos para o Ceará, com investimentos mais robustos por parte do Executivo Nacional em paralelo com o que se observou nos últimos anos, com a máquina pública nas mãos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
Dentro do Estado, o futuro governador não terá muitos problemas para conversar com prefeitos, observando, por exemplo, a gestão de Camilo, que fluiu muito bem entre gestores e gestoras, aliados e opositores, em diálogos no Palácio da Abolição ou à distância, com o objetivo de destinar recursos para as cidades. Elmano manterá essa mesma postura, como já sinalizado em diversas entrevistas e o que apontam os bastidores políticos das conversas com quem não deu apoio ao governador eleito – quando candidato – no pleito deste ano.
Já em Fortaleza, um caso particular, Elmano e Sarto Nogueira (PDT) – prefeito – poderão firmar parceria para conduzir os trabalhos na capital e melhorar o índice de aprovação do pedetista – que não está dos melhores -, trazendo mais governabilidade para sua gestão. No entanto, existem lacunas nesse caso, já que o PDT ainda não se decidiu se vai para a base governista.
Um município não sobrevive sozinho, principalmente sem o Executivo estadual, mesmo que essa cidade seja a capital mais rica do Nordeste, que é o caso de Fortaleza. Sarto precisa de Elmano, principalmente visando o embate de 2024, que deverá ser acirrado, especialmente se o PT resolver indicar nome próprio para a Prefeitura local.
O desenlace de 2023 deverá, portanto, ser de parcerias, com foco em investimentos e, também, em 2024. Assim, é caso de dizer que ainda é cedo demais para torcer contra um governo que ainda não assumiu. É preciso aguardar se realmente as propostas irão se concretizar em boas medidas para os brasileiros e, consequentemente, para os cearenses.
Editorial do Repórter Ceará