O domingo, 13 de novembro, foi marcado por muito sibolismo, fé e tradição, na 40ª edição da Caminhada da Seca, realizada anualmente no município de Senador Pompeu, no Sertão Central do Ceará. O tradiconal evento religioso em homenagem às vítimas do Campo de Concentração da seca de 1932, reuniu centenas de milhares de pessoas, que mesmo debaixo de chuva, rezaram e pediram proteção. O evento é realizado há 40 anos sempre no segundo domingo de novembro e em 2022 foi o retorno da peregrinação ao cemitério da Barragem do açude Patu, depois de três anos sem a ocorrência do percurso por conta da pandemia.
Quem organiza a Caminhada é o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), com apoio da Paróquia da cidade e da Diocese de Iguatu, além da Prefeitura Municipal da cidade e empresários. A Caminhada da Seca representa um patrimônio imaterial de grande valor cultural para o município de Senador Pompeu e consegue atrair um número cada vez maior de participantes. Há pessoas que participam para pagar promessas, relatando graças e milagres alcançados graças a intercessão das “Almas da Seca”.
Esta é a primeira Caminhada após o tombamento do Sítio Histórico do Patu em nível estadual. O grande complexo dos casarões agora faz parte do cenário da historiografia cearense, por todo o simbolismo que este espaço possui fruto da violência empregada ao povo pobre que morreu concentrado em situação desumana.
Início do Movimento
A romaria ao Santuário da Seca teve início em 1982, no cemitério da Barragem do Patu, por iniciativa do padre Albino Donatti. A ideia da Caminhada surgiu com o objetivo de reverenciar os mortos no mês de novembro, e, portanto, o segundo domingo deste mês foi escolhido pelo sacerdote para reverenciar também os mortos anônimos da seca de 1932. Em 2022 o movimento celebra 40 anos de existência e resistência.
