Corrupção ativa e passiva, desvio de verbas públicas, estelionato, formação de quadrilha e ´lavagem´ de dinheiro. Estes são os crimes que a Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e o Ministério Público Estadual (MPE), já descobriu em vários Municípios cearenses por conta das operações ´Província´ e ´Gárgula´, etapas 1 e 2.
No Município de Senador Pompeu (275Km de Fortaleza), as autoridades policiais aprofundam as investigações que apontam o envolvimento de, pelo menos, duas autoridades locais com os desvios de verbas públicas, através de fraudes em licitações. O engenheiro Eduardo Teixeira Lima e o ex-secretário de Administração, Elias Neves Neto, atualmente vereador em Acopiara, são os ´alvos´ da apuração e tiveram a prisão temporária decretada. Depois de cinco dias presos, na Superintendência da PF, nesta Capital, eles foram, recentemente libertados, mas continuam sob investigação.
O desvio de verbas públicas naquele Município pode chegar à quantia de R$ 3 milhões, relativos a fraudes em licitações para a realização de obras ´fantasmas´ como construção e recuperação de estradas, implantação de calçamento em vias urbanas e reformas em escolas e unidades de saúde de 2007 a 2009.
Documentos, computadores e outros objetos foram apreendidos pela PF na sede da Prefeitura Municipal de Senador Pompeu durante a ´Gárgula 2´, realizada no último dia 29. Os detalhes da fraude já constatada ali pelas autoridades vai constar de um relatório que deverá estar pronto nos próximos dias pelo Ministério Público, além do inquérito que está sendo realizado pela PF através da Delegacia de Combate à Corrupção. Emissão de venda de notas fiscais com valores subfaturados seria uma das formas de fraudar a aplicação dos recursos. O atual prefeito daquele Município, Antônio Teixeira de Oliveira, já foi ouvido e apresentou defesa.
Na semana passada, um grupo de representantes da sociedade de Senador Pompeu veio a Fortaleza e teve reuniões com o superintendente da PF no Ceará, Aldair Barbosa; com o promotor de Justiça Luís Alcântara; e com o coordenador da CGU, Alberto Oliveira da Silva. O objetivo, segundo eles, foi acompanhar as investigações.